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20 Oct 2024, Sun

Sem eletricidade há mais de dois dias, Cuba aguarda a chegada do furacão | DailyNerd

Sem eletricidade há mais de dois dias, Cuba aguarda a chegada do furacão | DailyNerd


Sem eletricidade há mais de dois dias, Cuba aguarda a chegada do furacão | DailyNerd
Apagão em Cuba Norlis Perez/Reuters O furacão Oscar deve atingir Cuba neste domingo (20), quando a população da ilha entra no terceiro dia de um apagão geral. O país enfrenta a sua pior crise em 30 anos e os acontecimentos climáticos podem agravar a escassez de alimentos e medicamentos. As autoridades do leste da ilha “já estão a trabalhar arduamente para proteger a população e os recursos económicos devido à iminência do furacão Oscar”, garantiu o presidente Miguel Díaz-Canel numa mensagem publicada na rede social X na noite de sábado. Com ventos sustentados de 139 km/h, Oscar deverá chegar ao leste de Cuba durante o dia de domingo. É provável que chova forte, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC). A chegada do furacão aliada aos grandes cortes de energia, que ocorrem desde sexta-feira (18) e que ocorrem após um corte prolongado no fornecimento, dificultam a vida dos 10 milhões de habitantes da ilha, que ainda enfrentam a inflação contínua no país. Numa outra mensagem de X, a presidência cubana relatou progressos na restauração do sistema eléctrico. “16% dos clientes já possuem energia elétrica e estão sendo gerados cerca de 500 MW. O sistema continuará aumentando sua carga nas próximas horas”, prometeu. Para efeito de comparação, o país utilizou 3.300 megawatts na quinta-feira, um dia antes de um apagão total ligado ao colapso da principal central térmica da ilha, localizada em Matanzas (oeste). Na quinta-feira, o presidente de Cuba anunciou que a ilha enfrentava uma “emergência energética” devido às dificuldades em obter o combustível necessário para abastecer as suas centrais devido ao reforço do embargo imposto pelos Estados Unidos desde 1962. Moradores exaustos Na noite de sábado, grande parte de Havana estava às escuras, exceto hotéis e hospitais equipados com geradores de emergência e algumas residências particulares com esse tipo de equipamento. “A situação é muito difícil, mas tento manter a calma, porque já há muita pressão neste país”, disse à AFP Yaima Valladares, uma dançarina de 28 anos. Isabel Rodríguez, 72 anos, relatou a dificuldade de dormir como muitos de seus conterrâneos, porque o ventilador não ligava: na noite de sábado estavam 27 graus Celsius, umidade elevada que faz a sensação de calor chegar a 32 graus Celsius. O presidente Díaz-Canel realizou uma reunião de supervisão na noite de sexta-feira, durante a qual prometeu que não haveria descanso para os serviços do Estado até que a eletricidade fosse totalmente restaurada na ilha. “As pessoas estão um pouco irritadas porque a energia está cortada há muito tempo e só Deus sabe quando será restaurada”, disse Rafael Carrillo, um mecânico de 41 anos que disse ter caminhado cerca de cinco quilômetros por causa da escassez. “Passamos quatro ou cinco horas esperando o guagua (ônibus) e quando ele chegou estava lotado e não parou”, disse ele, cansado. “Sem luz é quase impossível estudar”, explicou um jovem de 18 anos, que não quis ser identificado. “A bateria do meu telefone acabou, não temos mais internet, a conexão foi perdida e não consigo ligar para minha família porque o telefone fixo também não está funcionando.” Apagão de 2021 e protestos históricos em Cuba Há três meses, os cubanos têm sofrido cortes de energia cada vez mais frequentes, com um défice energético nacional de 30%. Na quinta-feira (17), esse déficit chegou a 50%. Nas últimas semanas, várias províncias sofreram cortes de energia durante mais de 20 horas por dia. Em Cuba, a luz é gerada por oito centrais termoeléctricas em ruínas, por vezes danificadas ou em manutenção, bem como por várias centrais flutuantes – que o governo aluga a empresas turcas – e geradores. Grande parte desta infraestrutura requer combustível para funcionar. Um dos motivos dos históricos protestos de 11 de julho de 2021 no país foi a falta de energia. Em setembro de 2022, a ilha sofreu um grande “apagão” após a passagem do furacão Ian, que atingiu o oeste de Cuba. A restauração total da energia levou dias na capital e semanas em toda a ilha.

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